MATÉRIAS

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013




QUANDO COMEÇOU O MEU AMOR PELAS BOAS MANEIRAS


HISTÓRIA DE MEU PAI

As pessoas me cobram por eu não ter lançado o meu primeiro Livro, então hoje eu resolvi escrever a primeira página dessa obra que começará com os agradecimentos ao primeiro homem que eu mais amei em toda a minha vida. 

Augusto Ferreira Queiroz, nascido em Portugal no ano de 1913, em uma aldeia chamada Rio de Moinhos – província de Penafiel. 

Até hoje, as mulheres dessa região, usam roupa preta quando ficam viúvas, e essa cor irá acompanhá-las até o último dia de suas vidas. 

Aos 13 anos de idade, corajosamente, ele embarcou em um navio que sairia de Portugal e levaria 22 dias para chegar ao Brasil. 

Ele precisava ter um acompanhante adulto, caso contrário, ele não poderia viajar, foi quando ele conseguiu a autorização para embarcar com o Senhor João Souza Castro que, naquela ocasião, era apenas o seu vizinho e que estava deixando a esposa grávida de seis meses, para tentar uma vida melhor no Brasil.

Chegando ao Brasil, meu pai foi trabalhar em um armazém de Secos e Molhados. 

Casou-se aos 19 anos, e sua esposa Albertina, que não seria a minha mãe, tinha apenas 17 anos de idade. 

Eles foram muito felizes por apenas dez anos de casamento, quando a tuberculose a levou sem deixar filhos.

Meu pai era um homem bonito, com um sorriso apaixonante, sempre com alto astral, exigente ao extremo, com um caráter exemplar e uma brilhante educação que a vida lhe proporcionou. 

Nem sempre a vida nos proporciona situações que devem ser seguidas, mas temos que ser sábios para saber distinguir o que é mais importante para a nossa formação, e meu pai foi.

Aos 19 anos o meu pai conseguiu ingressar na Empresa Light, trabalhando como Auxiliar de Escritório e, após um ano na Empresa, foi promovido e transferido para os Bondes do Estado da Guanabara.

Vamos lembrar um pouco daquele Senhor João que trouxe o meu pai. A sua esposa que ficou em Portugal grávida de seis meses, deu à luz a uma menina que tempos depois também emigrou para o Brasil e por coincidência da vida, veio a ser a segunda esposa de meu pai, e minha mãe.

Eu aprendi muito com esse homem, que falava com os olhos e fazia questão que todos sentassem à mesa para as refeições.

Lembro-me que em nossa casa tinha um trio de talheres de bronze que era dele.

Não comia nada com as mãos, nem mesmo frango ou banana.

Tudo era fatiado com os talheres e ele nos ensinava como eram os passos desse momento de pura elegância que contrastava com aquele homem de origem tão humilde.

A imagem que eu tenho dele é de um VENCEDOR, elegante em seus ternos de linho, chapéu panamá, sorriso aberto, rigoroso na educação dos filhos e admirado por todos ao seu redor. 

Foi a partir da minha infância que eu passei a ser uma admiradora e uma seguidora da Etiqueta e da Postura - Boas Maneiras.

Fatima Ziegler

21-2234.2943 / 87263276

  

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