MATÉRIAS

sábado, 24 de outubro de 2015



POR QUE COMEMOS EMBAIXO DA ESCADA ?


Ontem passei a tarde fora e, quando cheguei, me deparei com uma mensagem no facebook marcando o meu nome em diversas páginas.

As pessoas solicitavam que eu comentasse sobre um artigo com o título:

“Por que comemos embaixo da escada”?.

Assinado por: Brigadeiro Filmes.

Li atentamente e achei muito interessante.

Bem escrito e com uma preciosa riqueza de detalhes a respeito das humilhações sofridas pelos profissionais, para conseguir beber ou comer algo nos eventos em que estão trabalhando.

Eu não seria hipócrita afirmando que sou a favor de que os profissionais sejam acomodados em mesas reservadas no meio do salão, ao lado dos convidados.

Acredito que em outros países isso seja natural, o que ainda não é tão bem-vindo assim entre nossos clientes, como também o fato de o profissional receber um lindo convite com o seu nome e imaginar que essa atitude seja o sinônimo de que o cliente deseja realmente a sua presença na recepção.

Nem sempre acredite no Mundo de Alice.

Já ouvi relatos emocionantes de profissionais que acreditaram nesses convites e foram ao Casamento.

Relato de um aluno em sala de aula:

“É um decorador muito querido que agradeceu o convite, vestiu-se com um belo terno e foi para o evento. No momento do jantar (era serviço à Americano) ele serviu-se e, ao voltar para sua mesa, deparou-se com as mães dos Noivos que aguardavam a sua passagem. A mãe da Noiva comentou que o prato dele estava bem apetitoso e serviu-se dele. A mãe do Noivo agiu da mesma forma, comendo também do prato desse profissional. Naquele momento ele sentiu uma profunda humilhação. Colocou a prato sobre a mesa e retirou-se do evento”.

Deixarei que tirem as suas conclusões, fazendo a leitura dessa mensagem.

Nem tudo que reluz é ouro.

Somos contratados como prestadores de serviços.

Fomos pagos para trabalhar e assim aceitamos em nossos contratos.

Durante todos esses anos, já passei por diversas situações constrangedoras no momento que precisava parar para fazer um lanche.

Certa vez, um buffet negou que o lanche fosse serviço para todos os profissionais e eu não pensei duas vezes: liguei para um restaurante e pedi quatro quentinhas com um refrigerante grande.
Não avisei nada ao Buffet.

Assim que os entregadores chegaram, o Maitre e os Garçons entraram em pânico com aquela cena e correram para perto de nós, pedindo que o cliente jamais soubesse do ocorrido.

Posso garantir para vocês que eu sempre me preocupei com um local bem discreto, para que as equipes pudessem fazer um lanche.

Também já lanchei sentada no chão e embaixo de diversas escadas.

O que hoje vejo de diferente de ontem?

A cobrança que é feita ao cliente, referente ao número dos profissionais que irão trabalhar no evento.

O engraçado é que nós não temos o mesmo atendimento de um convidado, e tão pouco, paramos para comer doces, chocolates, bem casados, bolo, jantar e sobremesas.

Não esquecendo que, em alguns locais que cobram do cliente, repassam para os profissionais apenas duas bolinhas de queijo.

Qual o profissional que não vive hoje com uma barrinha de cereal ou de chocolate no bolso?

Parabéns para quem escreveu esse artigo, pois conseguiu mexer profundamente com a sensibilidade dos profissionais.

As pessoas resolveram expressar uma situação que superou o limite da HUMILHAÇÃO.

Enquanto imperar a filosofia de que há uma raça inferior e outra superior o mundo estará permanentemente em guerra.

É importante que esse cenário mude.

Fatima Ziegler.
Cerimonial / Protocolo
Professora de Etiqueta e Postura.



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