MATÉRIAS

domingo, 8 de janeiro de 2023

 

“CRÔNICA AO CERIMONIALISTA” – SILVIO LOBO


Quem é aquele a quem se curvam majestades, senhores de autoridade, para segredar-lhe ao ouvido?

De que força se reveste esse desconhecido, tão discreto, recostado aos cantos, atendendo sem discussão a um curto aceno?

Qual o mistério que envolve esse alguém, que autoridade não é, mas a ela orienta cumprimentos, expressões e procedimentos?

Quem é esse que com perspicácia administra gafes e descontrações, transforma simplicidade em formalidade, sem perder a importância e o respeito, cumpre e faz cumprir a hierarquia e antecipa detalhes para evitar o improviso?

Que extraordinária influência exerce esse profissional sobre os dirigentes do mundo para definir ordem de etiqueta, recepcionar e ser recepcionado, servir e ser servido, atender e ser atendido?

Que vasto conhecimento é dotado esse ser humano, para decidir estilos, selecionar qualidades e medir necessidades?

Como pode dominar quem, quando, onde e como convidar? Qual o papel a ser usado para convite, o tipo de letra, a estética, o conteúdo, a diagramação, a relação?

Esse, que tem sempre um sorriso nos lábios, alegria nos olhos, respostas rápidas e soluções precisas é o Cerimonialista. Um misto de Conselheiro e Orientador, Planejador e Executor, codificador e Normatizador, decorador e Contra Regra. È Comunicador, Pedagogo, Relações Públicas, Orador, Escritor, Poeta e Sonhador.

Ele, que conhece a precedência e os símbolos do Poder, as honrarias e privilégios, gestos e preceitos.

Ele, que domina o tratamento, fórmulas de cortesia, redação e expressão oficial, linguagem e diplomacia.

Ele, que tem o dom de captar a cultura dos povos, de dignificar reverências e refinamentos, e que assinala sobretudo a convivência entre as pessoas.

Sempre fui uma apaixonada pela Crônica ao Cerimonialista.

O autor Silvio Lobo estava muito sensibilizado quando a escreveu sem derrapar em uma palavra ao definir o nosso ofício.

Leio diversas vezes para sentir a essência desse momento dentro do nosso coração e até dos nossos pânicos no momento que damos início a uma cerimônia religiosa, afinal, não tem como voltar atrás um erro nessa ocasião.

A perna treme, os olhos não podem ser desviados, não podemos conversar, é realmente um momento tenso que tememos e nos encontramos fixados em cada detalhe.

A palavra "errar" jamais poderá fazer parte desse momento.
Somos, ou éramos, quem sabe, o sucesso invisível.



FATIMA ZIEGLER UMA ESTUDIOSA EM PROTOCOLO
COM MUITO ORGULHO

 

 


 

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